terça-feira, 2 de novembro de 2010

Triunfante.

Depois de um longo período, ele se restituiu, sua queda, por mais que o tenha abalado, não o imobilizou.
Reerguera seu império, recrutara apenas um, ele próprio, para combater a infindável massa humana que já começava a fraquejar.
Não demorara muito e diante a ele a multidão ajoelha-se, pedindo clemência, temendo a dor.
O nobre ato do perdão nunca correu por suas veias, que pulsam com um rancor insaciável.
Em meio ao choro e as lamúrias, ela ouvia uma única voz rouca que parecia não vir do mar de gente atormentado que ali agonizava, voz essas que dava-lhe uma única ordem, e então como último ato ele assentira com a cabeça.

Em poucos segundos já não restava sequer um ruído, sequer um corpo ajoelhado; apenas ossos daqueles que um dia profanaram as leis da lealdade.

Ele então levantara sua cabeça, olhando fixamente ao alto, sentira uma lágrima escorrer por sua face e um tímido sorriso amarelo ousara aparecer. Para ele nada mais importava senão tornar-se.

Triunfante.