quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O casto e o mundo.

Outrora ele enxergava a vida com outros olhos.

E agora vê que a dor da verdade é o que há de mais cruel, e que não pode mais se esconder das dissimulações alheias em seu recanto. Descobrira que na vida o casto é redutível à infância,e quando deparara-se com a atrocidade que traz consigo a tempo vital, quisera desistir sem sequer dar o segundo passo.

Abdicara a vitalidade em prol de uma alma pura, que não fora corrompida pelos males.

Jazes junto ao soberano pacificamente, enquanto no mundo, tantos outros vestem suas máscaras e ousam adentrar à moradia do juíz. Tudo em vão pois cairão por terra, e o quão grande forem os pecados maior será a queda rumo ao abismo, que arde com o fogo escarlate.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Óbito.

Aos poucos cresciam, tornavam-se uma legião, logo, eram tantos.
Homens... Que compunham o dito muro das lamentações, porquanto chegara o momento em que os refúgios darão lugar as ruínas. E o preço que o ser humano vale já não é levado em consideração.
Fora possível ver o desespero em cada face atormentada.

E o sangue gelar. Em cada artéria por onde corria a vida.

Em meio a multidão de penitentes fora possível ouvir a voz do sofrimento de alguém que dizia:

"A escuridão me levará.
Eu juro que tentei...
Vem crescendo o som, anunciando o fim.
Você vai ver, é natural nascer e morrer."

Jamais se ouvira alguma voz, pois a habitação, agora perece só.
Muitos foram poupados; e quanto aos outros?

Óbito.